O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Amamos os outros.
Mas, não amamos
Os outros.

Amamo-nos a nós mesmos,
Centros de todos os Mundos,
De todos os Universos,
De todos os espaços Siderais.

O Egocentrismo
É a nossa
Marca perpétua.

A alteridade
Está aí,
Vemo-la,
Escutamo-la,
E recusamo-nos
A senti-la.

Queremos o outro.
Mas, não queremos o outro.
Queremo-nos a nós próprios,
Apenas em nós próprios,
E não o outro.

Fazemos do outro
Um outro de nós.

Giramos em círculo,
Nem sempre perfeito,
Em torno do outro,
Em torno de todos os outros de nós.

Um eterno retorno
Ao Ego,
É a marcha perpétua
De todos os nossos passos.

Bifurcamo-nos nos caminhos dos outros
Para nos encontramos,
Sempre,
Que permanecemos dis-persos.

A incessante busca da Identidade
É o traço do nosso Destino
Errante, perplexo, complexo!

Iabel Rosete

1 comentário:

Luiz Pires dos Reys disse...

"Gostei" dos aforismos.
Pena estarem dispostos em versos.

Parecem poesia.
O que estraga a coisa.