O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 6 de maio de 2009

SILVESTRES



Lindas mas efémeras



como tudo o que é BELO


uma chita celeste que se esfiapa

quando o sol aperta


e o Jardineiro quem é?

7 comentários:

Anónimo disse...

Aqui o Jardineiro são os teus olhos e o teu coração. É lá que habita a centelha do divino de que falam os místicos e os "hereges"...

Um grande beijo, Platero.

PS. Dava-te um abracinho, mas com este calor que já se sente aqui!...

Anónimo disse...

Li uma outra vez e gostei... Voltei. Já sei o que me chamou. Foi uma imagem...

Posso dizer, e não erro que o jardineiro do que aqui está és tu, Platero, o poeta a vibrar na imagem criada. Apesar de em "fiapos". Uma bela imagem: "uma chita celeste que se esfiapa/ quando o sol aperta". Volto a perguntar, devolvendo-te a pergunta: "e o Jardineiro quem é?"

Anónimo disse...

São tão imanentistas, os poetas...

Anónimo disse...

...transcendes e transcendes-nos, Anónimo!

Vê a coisa como o que é...

platero disse...

saudades

as flores são naturais,como a chuva e o vento e a necessidade de beber, e o estar contente ou triste, e o não haver certezas - antes dúvidas de tudo.
são efémeras de facto. Como as flores dos cactos. muitas não duram mais do que o próprio dia em que nasceram.
Estas às vezes aparecem nas cidades, junto aos fios dos passeios, entre dois cubos de granito da calçada e protegidas pela muralha vertical da peça que separa o passeio da Rua.
Mas, sobretudo nas cidades, quem daria pela sua insignificante forma de existir. Quem vem do seu emprego - onde trabalhou matérias importantes para a Direcção Geral, para a região, quiçá para o país, quem, mesmo que as visse, perderia um minuto a contemplá-las?

Miseravelmente não sei como se chamam. Peço-lhes perdão por isso.
Beijoca para ti

Aurora disse...

"Somos todos como jardineiros que foram chamados para mondar as ervas daninhas dos nossos individuais jadins mentais para que estes possam florir. O processo de arrancar as ervas daninhas consiste em substituir gradualmente os nossos padrões inconscientes de pensamentos e comportamentos por novos e mais benignos padrões que expressem os mais altos poderes e virtudes de Iluminação."
Shri Sivánanda

Que bela Primavera por aí anda! Em todas as frestas, arestas, planicies, longuras e no seu coração!

guvidu disse...

eu não resisto às flores do Platero...linda foto, excelente indagação.

e respondo q somos tal como pólen disperso na brisa, fragmentus de pétalas, cálices ou sépalas q necessitam de Amor para se fortaleceram!

um bem-haja a si e à SauddsdoFuturo q tão belo jardim tenho de revisitar, atentamente. :)

Namastê