O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 11 de março de 2009

Lisa Gerrard: Sanvean (I'm Your Shadow)

Um presente para a Serpente. Aconselho a ver em alta definição.

9 comentários:

Luiz Pires dos Reys disse...

(...em eco de um outro eco...)

O leve navego no elemento água é o que há de mais cercano desse voo que a alma sempre lembra e bem conhece, no elemento etéreo onde se sente igual a si mesma: livre e bela, divinamente bela, porque belamente livre.

Grato, Madalena, por trazer esta voz, esta tão amada Lisa, que me é sussurro e pranto e grito e prece e cântico de alegria à vida e ao estarmos vivos e ao sermos nós...

Abraço nisso...

Anónimo disse...

Simplesmente, muito obrigado por tanta beleza e profundidade!

Anónimo disse...

Belíssimo, Madalena! Grata por esta dança musicada.

Anónimo disse...

Belo! Belo e belo! Acendeu-me um sorriso há tanto tempo sem baile para dançar. Gratíssima.


Para além de me ter lembrado um filme que muito apreciei há uns anos atrás..."A Domadora de Baleias". Obrigada também pelas recordações incendiadas.

luizaDunas disse...

Muito emocionante, Madalena. As primeiras imagens deste vídeo sintonizaram com o álbum Whale Dreaming que escutei há poucos dias, lembrando-me uma leitura, que traduzo e transcrevo:

“As formas de vida mais antigas, mais avançadas e mais inteligentes neste planeta são as baleias. A seguir são os golfinhos e depois os humanos. Pensamos que somos os mais avançados mas as baleias e os golfinhos estão muito para além de nós. Pensamos que somos os mais avançados porque criamos coisas externas. As formas de vida mais avançadas não criam externamente. Criam tudo o que precisam internamente.
As baleias estão neste planeta, conscientes e vivas, há 500 milhões de anos. Elas têm a memória do planeta. Sem as baleias não teríamos memória, estaríamos perdidos.
Os golfinhos estão no planeta há pelo menos 35 milhões de anos. Até vieram viver para terra durante um tempo e depois regressaram ao mar. As barbatanas dos golfinhos têm mãos dentro delas, mãos humanas. Estas criaturas estão espantosamente alinhadas com os humanos. São mamíferos, não peixes, e ambos os lados do seu cérebro funcionam a 100%. Quando dormem desligam metade do seu cérebro. Nós temos somente 50% do cérebro a funcionar em qualquer altura, a outra metade está apagada. Da metade que está ligada somente 5 a 10% é usada. Da perspectiva dos golfinhos não só estamos a dormir como estamos inconscientes.”

In “Nothing is this book is true, but it’s exactly how things are – Bob Frissel”

Grata pelo video.



Isabel,
Poderás enviar-me mais referências desse filme?

Paulo Borges disse...

Belíssimo, a canção e o video, que não conhecia. Muito grato, Madalena.

A citação da Luísa é extremamente interessante. Tenho essa profunda convicção, de que estamos a dormir, inconscientes de o estar.

Anónimo disse...

"Remember the shaman
when he used to say
Man is the dream of a dolphin."

Enigma

Laura disse...

O humano pode ser o sonho de um golfinho ou de uma baleia. Podemos ser todos sonhos uns dos outros, sencientes, mentes adormecidas em pesadelos ou sonhos... Mas, porque haveriam os golfinhos ou as baleias de sonhar os humanos com a sua crueldade? Praticamente estamos a levá-los à extinção. Acredito que a mente humana é a mais predadora de todas, e também a mais poderosa, a que tem maior potencial para o bem e para o mal. Pelo menos do que conhecemos. Pois nada sonhamos que nos extermine. E se sonhamos com a nossa própria extinção, de imediato a procuramos controlar.

Sim, dormimos. E enquanto não despertarmos, continuaremos a matar.

Regressando à música e imagens... para a música não tenho palavras. Para as imagens, o que vi, foi o canto triste e belo de uma díade. Um Deus-Adeus.

Semente disse...

Fora de horas, mas ainda a tempo da eternidade...

Madalena, deixo as gotas salgadas que uma Sereia* pode deixar.
Deixo abraços.

E levo comigo este som e estas imagem de beleza pura, de dança pura, de humanidade pura*