O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 24 de janeiro de 2009

Convite para o Jogo do Mundo - 2ª, 26, 18.30 - Buchholz Chiado

Car@s Amig@s,

Tenho o prazer de vos convidar para o lançamento do meu livro O Jogo do Mundo. Ensaios sobre Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, apresentado pelo romancista e ensaísta Miguel Real, na próxima 2ªfeira, dia 26, pelas 18.30 h, na Buchholz Chiado, no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, nº30 (ao Chiado).
Sendo dia de eclipse solar, seja também dia de não-eclipse do nosso encontro com o Jogo do Mundo e com a profundidade da nossa cultura poético-filosófica.

Abraços

"Reunimos neste livro seis estudos e ensaios sobre alguns dos temas mais singulares do pensamento de Teixeira de Pascoaes e FernandoPessoa, que visam mostrar toda a sua riqueza filosófica, em fecundo diálogo com a multiforme tradição planetária, de Ocidente a Oriente. O que de maravilhoso e inquietante a sua convergente visão metafísica nos diz é que todos os seres e fenómenos são a metamorfose contínua deum inefável fundo indiferenciado que neles se encobre e re-vela. Pode assim falar-se de um jogo ou i-lusão, palavra que à mesma noção etimológica de jogo acrescenta a ideia de algo que não aparece ou é percepcionado tal como é. Daí a metáfora de um carnavalesco baile de máscaras, como em Pascoaes, ou de uma multiplicação heteronímica, como em Pessoa, para falar da constituição da realidade e do universo enquanto ambígua manifestação daquele fundo sem fundo. No plano do sujeito, a heteronímia – literariamente assumida por Pessoa e implícita em Pascoaes – convoca-o ao constante auto-imaginar-se na e a partir da indeterminação primordial. Essa a grande aventura de toda a consciência livre e desperta que, desencobrindo-se Ninguém, pode por isso mesmo reconhecer-se Todo o Mundo, acedendo aí, simultaneamente, à experiência mais funda e singular de si mesma. Deste modo se desvela a muito significativa convergência de duas figuras maiores da cultura portuguesa e lusófona cuja relação permanece mais conhecida pela sua divergência pessoal e pelo contraste entre as correntes, movimentos e revistas literárias de que foram as personagens centrais: o movimento da Renascença Portuguesa, o saudosismo e A Águia, no que respeita a Pascoaes, e o modernismo, comas suas várias ramificações, bem como a revista Orpheu e outras, no que se refere a Pessoa. O seu contributo para o património da visão-experiência da profundidade da Vida e das nossas mais insuspeitadas potencialidades surge como um precioso interlocutor do nosso despertar pessoal e colectivo, em busca da urgente prática de um paradigma alternativo ao ofuscamento global da inteligência e da sensibilidade que parece abater-se sobre o mundo"

18 comentários:

Anónimo disse...

Será este Jogo a "Festa para a qual todos são convidados"?

Luiz Pires dos Reys disse...

Caro "Anónimo",
Só mesmo dando uma espreitadela poderá sabê-lo, confirmá-lo ou infirmá-lo.
Mas, saiba, ninguém - mesmo se lhe não vedarem a entrada - poderá estar certo de que seja essa a tal "Festa para a qual todos são convidados": há várias dessas ... uma con-fusão!

Mas... faça por si, meu amigo ...
Não confie nos outros!
São todos uns "enganões": quanto mais acertam, mais (se) enganam...

Até pode ser gira a jogatina...
Que me diz?

Encontramo-nos lá?
Também lá vou estar!
"Onde" quer que isso seja... e o que quer que seja "lá" estar...

Abraço anónimo, disfarçado de lapdreico...

Anónimo disse...

Parabéns!

Luiz Pires dos Reys disse...

Quem é que faz anos ?
Ou dias?
Ou minutos?
Ou...?

Marta Rema disse...

ando sempre desencontrada desses dias de lançamento... parabéns pelo livro, ainda estou a pensar no anterior! :-)

Anónimo disse...

Ó Lapdrey!

Queres mesmo falar sobre isso?

Luiz Pires dos Reys disse...

Isso o quê, Glória gloria Alleluia?

guvidu disse...

votos de SUCESSO! :)

Anónimo disse...

Mais um livro amalucado para lançar a confusão nos espíritos... As núpcias da filosofia portuguesa com a vacuidade.

Luiz Pires dos Reys disse...

Grato (pela parte que me cabe) pela sua "crítica" prévia ao lançamento.

Pitonisa Maria da Conceição dixit! ...

Eis o melhor augúrio e agoiro!

Um "beijinho" amalucado, na con-fusão vacuína!

Vemo-nos lá!

Anónimo disse...

No jogo do mundo andam as crianças, que ainda reinam, de reinar, brincar. Não os intelectuais. Que saudades de ser criança!

Anónimo disse...

No jogo do mundo andam as crianças, que ainda reinam, de reinar, brincar. Não os intelectuais. Que saudades de ser criança!

Luiz Pires dos Reys disse...

Obrigado, caro amigo Puto, mas não sou surdo!
No need of rephrasing!

Obrigado, mas não sou surdo, caro amigo Puto!
No rephrasing needed!

Eco nunca é o mesmo do que é o mesmo de si...

Anónimo disse...

assim temos um cueco

Anónimo disse...

assim temos um cueco

Luiz Pires dos Reys disse...

Não, não: Errado!
Temos, é um choneco!!

Anónimo disse...

"Atão"?...a jogar por aqui ao ecu e não dizem nada...naaada! naaada?!
Ai que "danas"! Um ecu, um cueco e um choneco, mas que jogo é esse, afinal, Lapre(y)co?

Luiz Pires dos Reys disse...

Não, amiga Saudades, eu sou o dado e o jocker!
Quem sabe, se o não somos nós todos...

A diferença está, porventura, em que uns querem jogar este jogo que é sem regras domináveis, outros apenas "faire semblant" de fazê-lo ...