O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Intervencões

I

O pobre tolo que fala e escreve somente sabe abrir um esgoto onde os ratos e as baratas se multiplicam.

II

Utopistas e Realistas: ambos não conseguem deixar de assassinar.

III

A raiva e o vinho: dois amigos do aforismo.

IV

O meu campo de batalha somente conta um cadáver: Eu.
O resto morre nos seus campos sozinho.

V

Europa, meu querido pesadelo
o Paraíso encontra-se além do mar
mas nunca te deixo de me deixar
Europa, meu querido pesadelo

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu

Anónimo disse...

Mas continuas mesmo assim a viver na Europa ...

Anónimo disse...

Haja muita raiva e muito vinho
e um aforista não fique sozinho.
Visão-palavra súbita o visite,
mundo e razão vão a pique.

Anónimo disse...

Ao menos aqui ainda não entrou a pancada da Maria da Conceição e do anjo...

Anónimo disse...

Caro Lusograph, pode definir o que é um aforismo?

Anónimo disse...

não sou nada
nunca serei nada
não posso querer ser nada.

Anónimo disse...

Nada, em português, vem de "coisa nascida"...