O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ser essencial a cada instante

"Ser essencial a cada instante, é fazer do seu rosto uma máscara mortuária"

- E. Cioran, Le Livre des Leurres, in Oeuvres, Paris, Gallimard, 1995, p.182.

28 comentários:

Anónimo disse...

"A doença de um indivíduo mede-se pela frequência da palavra vida no seu vocabulário" - Cioran

Ana Margarida Esteves disse...

Cioran nao era exactamente um exemplo de saude, a comecar a nivel mental;-) ...

Anónimo disse...

Porque não!? Sabes o que é a saúde mental?

Anónimo disse...

A vida intensa coincide com a morte. Não será isso?

Anónimo disse...

ninguém diz mais nada? e eu a pensar que podia aprender alguma coisinha! ó céus!

Anónimo disse...

Alguém sabe o que é um instante?

luís filipe pereira disse...

"ninguém poderá dizer onde estão. Imersos no escuro, por ele iluminados, são Actores que ascenderam à raiva, mais das palavras que dos sentimentos, vemos-lhes as Caras, o mover dos beiços, a sua cor vermelha que se move (...) um pequeno ângulo, umas linhas a fingirem de pestanas, (...) natureza morta iluminada, um continente de muco (...) zonas de um corpo que se se concentra para não morrer, sem ordem nem método, mas a MANCHA, uma ausência de corpo, O QUE LHE FALTA PARA A SUA TOTAL INTEGRIDADE, " (in Rui Nunes, Álbum de Retaratos). Com um abraço para Paulo Borges.

Anónimo disse...

Cioran exactamente, exactamente, talvez não fosse, mas pelo menos era criativo!

Paulo Borges disse...

É curioso como a criatividade de Cioran e a sua escrita tão profunda e intensa lhe advêm do furioso desejo de superar todo o ser e regressar ao nada!...

Anónimo disse...

Creio que antes de eu ter nascido os meus pais também tiveram esse furioso desejo meio mareado... Creio!Não sei bem. Talvez o Schopenhauer saiba explicar isso melhor.

Anónimo disse...

P.S. Vamos combinar uma coisa. Desta vez não vale dizer que não há nascer e morrer, pode ser!

Manuelinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuelinho disse...

Finalmente alguém vê que tudo isto tem a ver com a tusa, como se diz aqui no Alentejo e noutros lugares civilizados!... É tudo uma questão de pujança primordial, ou seja, de tesão!... Diz-me aqui o Rumî, que mesmo com os copos é um homem culto, que tesão vem de "tensione"... Ele lá sabe, porque o Senhor e o tintol, que são uma coisa só, tudo lhe revelam!...

Mas para mim a verdade é só uma e é esta: TESÃO OU NÃO TESÃO, eis a questão!

Topas, ó Cheicuspir!?... Com esta é que não atinaste porque não és alentejano e não foste à Tasca do Tizé: se fosses, tinhas comido mais miúdas e escrito menos cenas malincónicas e malucas!... Vê lá se ressuscitas do túmulo e da literatura e apareces por aqui, que com a chuva as lesmas já estão a aparecer, mesmo gordinhas, luzidias e lindas!

Para quem não me conhece, porque há muito que não perco aqui o meu rico tempo para não fazer nada, lesmas é isso mesmo: lesmas e mais tudo o que vocês pensarem, ó narcisinhos dos blogues, que trocam o céu e a vida pelo espelho do écran!... Saiam dessa, amigos, que não tarda batem as botas e vão-se com a vossa literatice e livralhada toda pr'ó ....... ! (imaginem o que não escrevo, senão vem aí o paulinho, apaga esta merda toda e ainda me expulsa e a serpente perde de vez toda a piada!...)

Tchau!

Anónimo disse...

bom regresso, manuelinho! Só tu para animar esta serpente moribunda.
Brindemos pois, com um bom tinto ao manuelinho, às lesmas, às miúdas e ao alentejo... Saúde e vai aparecendo por cá.

Ana Margarida Esteves disse...

Ainda bem que voltaste, Manuelinho. Fazes ca muita falta:-)!

Um grande abraco de uma quase conterranea que tem tido muito pouco tempo pra escrever aqui pois tem estado muito ocupada a VIVER!

rmf disse...

Uma brisa de ar fresco para reanimar a letargia instalada.

Um abraço para o manuelinho!

PS - Isso é que foi desenbuchar amigo...

rmf disse...

Luís,

Essa analogia para os Actores está muito bem caçada!
Muito bem mesmo! No entanto, de uma abordagem mais contextualizada percebe-se integralemente o propósito das tuas palavras. Não posso estar mais de acordo. Percebe-se porquê.

Um abraço.

Paulo Borges disse...

Manuelinho, também já sentia saudades tuas! Mas vê lá se tens tento na língua, está bem!?

Abraços para todos

Ana Margarida Esteves disse...

Manuelinho, nao liges ao que o Paulo diz, OK;-)?

Anónimo disse...

Ó Manuelinho, contámos os pontinhos todos... e é isso mesmo! E fizeste muito bem em mandar umas bocas ao Schopenhauer que não percebia nada de mulheres: dizendo ser “o sexo feio que não tem o sentimento do belo”... que não foram feitas para “prazeres excessivos”, e outras coisas tais... vê-se mesmo que o gajo nunca teve com umas miúdas boas na cama! Na cama e não só. Tacanho. Que são “verdadeiras crianças toda a vida”... o gajo que apareça cá que nós lhe ensinaremos o que é isso de criancice e, et cetera.
E mais, Manuelinho, concordamos com a Ana Margarida: não ligues ao que Paulo te disse, anda muito moralista.

Anónimo disse...

Ó schopenhauer, tu devias gostar de meninos pequenos... leia-se: "Observe-se uma jovem brincando um dia inteiro com uma criança, dançando e cantando com ela, e imagine-se o que um homem com a melhor das vontades, poderia fazer em seu lugar." E não me venhas dizer que ias jogar xadrez, ias ao teatro, ias a um museu e coisas afins... ou melhor, ias para a cama com uma jovem mulher... pois, antes fosses! mas se as não suportavas... devias ter orgasmos a ver uma obra de arte (porque eram executadas por homens) ou quiçá a brincar com crianças?!

Estou convosco pontinhos, o gajo era uma merda.

Tu é que tens juízo, manuelinho!
curtes as lesmas, as donzelas e o bom vinho. Isso é que é de Homem... não és como este gajo que não percebe nada de mulheres. Será que o fulano gostava da mãe?!

Anónimo disse...

Acham mesmo que o Manuelinho estava a falar do Schopenhauer!? Cá para mim era mesmo do Cheicuspir, com aquela coisa da questão!... Alguém sabe retraduzir do alentejano?

Anónimo disse...

Cheicuspir = Shakespeare?

Anónimo disse...

Não me supreende nada o que vocês contam acerca do Schopenhauer. A maior parte da filosofia Européia do século XX nada mais era do que viadagem enrustida.

Anónimo disse...

Eh, pá!
Isto é melhor que o "Sempre em Pé" do Luís Filipe Borges.

Anónimo disse...

Ó brasileira, isso é que é uma visão rigorosa! Muito bem!

Anónimo disse...

Esta é p'ro Manuelinho
Uma quadra a perceito
Já entornas o vinho
Ou perdeste-lhe o jeito?

:)

Em cima duma pedra
Uma lesma ranhosa
Quis falar ao Rumi
Com uma voz maviosa:

- Teu amigo, Manuelinho
Andava-me a falhar
Não provava do vinho
Mesmo sendo a gastar…

Estranhei logo a intrusa
Cuspi logo um segredo
Será que perdeu a t…
Ou acabou-se o enredo?

Ai, Ti Zé, qu’isto agora
Nem com ela lá vai
Vou mas é já embora
Levar vinho ao meu pai.

O meu irmão, coitadinho,
Já nem dorme nem come
Dei-lhe a provar o vinho
Nem mesmo assim, o pobre…

Já nem tango o comove
No deserto a dançar
Vou mas é ver se chove
Ou então questionar

É que as lesmas não esperem
Que as venham pastar
Vou já p’ro Alentejo
Sempre a cuspir p'ro ar…

Um abraço ao Manuelinho

Anónimo disse...

Bem, expliquem-se... O Arthur gostava ou não de mulheres? Ele defendia o Oriente, os povos polígamos, mas não me parece que fosse por gostar de mulheres, pois não tolerava que as damas do Ocidente tivessem direitos iguais aos dele. "a mulher é o segundo sexo, não foi feita de modo nenhum para inspirar veneração e receber homenagens".