O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 6 de setembro de 2008

As palavras são filhas da árvore-Terra: folhas-Sol

"(...)
Viste agora, Amiga,
nascer outra mandala - e as amamos nós, às suas folhas
e elas vão ser a plena liberdade do homem
e a imaginação imperando no mundo e o Paraíso reconquistado
e tão absoluto Amor que todas as filosofias
lhe serão apenas achas de fogo e nele, por Deus, nos consumiremos."
Agostinho da Silva

Ah agora entendi Agostinho da minha Alma,

"Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em ver-de-novo
Em folha, em graça
Em vida, em força, em luz..."

Como a Mãe-Terra, crio as folhas-palavras receptoras da luz do Sol-Alma que me ilumina, revelando-a, através delas vejo de novo a vida. Elas têm como função traduzir a luz de quem as lê a si mesmo, sendo que o Sol é só Um, é a mesma Luz: somo-la Nós em conjunto.

A Língua Portuguesa é uma árvore, que representa a própria Mãe-Terra, é o Ser, as suas palavras são as folhas através do qual a árvore se comunica consigo mesma, que se dá a ligação entre o Ser e o Estar, entre o Eu e o Outro, entre a Mãe e o Filho. Os filhos da mãe-árvore são, então, inteiramente ela mesma, pois reproduzem a sua capacidade de união contínua entre os opostos que a compõem. As próprias folhas são a Luz do Sol que traduzem:

A Língua Portuguesa é a Nossa Alma, é o Sol, o Sal da Terra.

10 comentários:

Unknown disse...

Notícias de Última Hora do Jornal da Terra!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

E com esta voltei ao início, de há um mês e meio atrás... bahh que coisa esta de terem feito a Terra redonda! :P

Unknown disse...

"Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
Mas tudo ou nada sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda a gente.
Mas para toda agente isso foi normal e instintivo.
Para mim sempre foi a excepção, o choque, a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for, a vida de tão interessante que é a todos os momentos,
a vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
a dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,
de sair para fora de todas as casas,
de todas as lógicas, de todas as sacadas,
e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos." A. Campos

Unknown disse...

Nenhuma palavra a mim dita me faz querer mal, quanto muito me dá sono ou enjoa. Tudo o que vive me anima. A quem ainda o sinto a viver o meu Amor, e aos restantes também.

Mas o meu lugar é ali fora.

platero disse...

e se nós
como as árvores e as ervas
fossemos verdes?

Unknown disse...

:) Podemos imaginar isso, mas acho que a Cor da nossa pele é suposto ser outra... fundir com a Mãe não é ficar igual a ela, é espelhá-la inteiramente, complementá-la.*

Anónimo disse...

Olá Anita, Estás aqui?!
E aqui... e aqui... e aqui... e aqui...

Anónimo disse...

Eu não sou eu, nem sou o outro,
sou qualquer coisa de intermédio.
Pilar da ponte do tédio,
que vai de mim para o outro.

Por aqui, Mário de Sá-Carneiro.

Unknown disse...

Bem visto, Ver-gílio! ;)