O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Terra

Sou da mesma Terra que Tu

Da Terra das árvores,






Da Terra das flores,





Da Terra dos homens,





Da Terra dos animais,





Sou da mesma Terra que Tu


Da Terra das pedras altas,





Da Terra das cabeças duras,





Da Terra dos caminhos tortos,





Da Terra das janelas abertas,





Sou da mesma Terra que Tu


Fotos tiras algures pela Serra de Sintra*
Publicadas pela primeira vez no meu bolg pessoal e aqui reeditadas e partilhadas.

Há uma frase célebre que diz: "Nunca faças promessas que não possas cumprir".
Eis-me aqui a quebrar a promessa que fiz na primeira vez que aqui escrevi.
Prometi não voltar a repetir conteúdos...

Se não me puderem perdoar... espero, pelo menos, que gostem das fotos e da sequência que escolhi para a edição.

Enjoy :)

2 comentários:

Paulo Feitais disse...

És da mesma terra que eu! Cuidado: se ela te corresponder no teu amor por ela, estás perdida. É estranho, mas se puder não saio deste círculo de 20 kms de raio.
Quanto à repetição dos conteúdos, estes nunca se repetem, nem as palavras são as mesmas. E não peças perdão quando te dás. Nós só devemos pedir perdão quando não nos doamos, haja o que houver.
O texto está maravilhoso e é muito verdadeiro.
As fotografias estão "lá".
E nelas sinto-me em casa. Sem falta de modéstia, acho que tu fazes parte dum grupo raro de poetas, vives num círculo de luz. Não escolhas o caminho mais difícil. É maravilhoso, mas não o escolhas.
O segredo é amar, como diz o Sebastião da Gama e nunca duvides de ti própria. Faças o que fizeres, aconteça o que acontecer.
Ontem fomos presenteados com um belíssima pintura de Nicholas Roerich, traduzi, à minha maneira, um poema dele para te colocar aqui:

Mensageiro, meu Mensageiro!
Surgiste e sorriste
E tu não sabes o que me
trouxeste. Foi o Presente
Da cura. Cada uma das minhas lágrimas
Deve sarar as chagas do mundo.

Mas, Imperador, quando devo eu
Pegar em tantas lágrimas e a quais
Das feridas do mundo devo doar
A minha primeira torrente?

Mensageiro,
Oh meu mensageiro, tu surgiste
E sorriste. Não serás portador
Duma ordem suprema para que eu possa curar
através do meu sorriso?
1921
Nicholas Roerich

Semente disse...

Caro Paulo,

obrigada pelas palavras.
As suas e as que traduziu de Roerich.

Fiquei sem palavras. Mesmo.
Fiquei com aquele silêncio bom que nos surge na alma, quando estamos preenchidos.

E sim, um sorriso no rosto.
Obrigada*