O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 16 de março de 2008

A luz das suas pernas entrava por todas as janelas que batiam. Eu sorria desfeito. Era um álcool contínuo. Uma dança sem regras.

11 comentários:

Anónimo disse...

Olhá-la mordia a pele.

Anónimo disse...

Casta mas meiga ...encontra depois da dança e do descanso isto:

"O calor soltou
A floresta nua
Já nao há floresta
Nem passeios à tona d'água
Nem sombra leve sobre os rins
O céu tornou-se-se-nos um fardo

O nosso corpo é uma presa
vestida de maduras lágrimas
Os dedos são pregos sangrentos
Os seios giram sobre si própros
A boca só tem irmãs

Deixou de haver janelas para abrir
Já não há paisagem
nem ar puro nem impuro
Os nossos olhos voltam à sua nascente
Sob a carne nua da sua beleza natal."

Éluard deve tê-lo dedicado a quem sabe olhar assim e soube receber este olhar. Eu dedico-o ao Casto Severo por falar do amor sempre como um Mistério, Sabedoria e rito. Que mais não seja do olhar, daquele que prepara o olhar para receber o que é luz. Das pernas e dos deuses que não têm corpo.

Anónimo disse...

Poema para o Casto Severo

A tarde como uma flor partida/Tomba nos rins/A lembrança da tua pele/Negra e dourada/Acor da noite iluminada/Nos meus olhos, veias largas/De naufragar navios/Fogoa teado na noite/o calor dos teus beijos!//
As tuas mãos/na contura dos dias/Dão um nó na minha vida/E na minha Morte./Dançamos nus no vento/entre folhagens/Irmã no sangue e no desejo/Pátria distante/Ou ilha dos Amores.

Anónimo disse...

Rectificção de dos versos:


As tuas mãos na «cintura« dos meus dias/ Dão um nó na minha vida e na minha Morte...

As outras gralhas não têm importância.

Anónimo disse...

Ela era um Sol
que por todos os lados
de tão negro me afogava

Ai, e Deus !?

Bailava

Bailava

Ana Margarida Esteves disse...

O corpo esquece-se e trancende-se quando o assumimos plenamente.

Anónimo disse...

E todo o encanto se perdeu nesta inesperada "luz" ...

Anónimo disse...

Então porquê ?...

Ana Margarida Esteves disse...

A serio, porque? Nao e o corpo uma manifestacao da ilusao chamada "espirito"? Ser?

Ana Margarida Esteves disse...

"E todo o encanto se perdeu nesta inesperada "luz" ..."

Era isso que D. Giovanni, o sedutor de Veneza, dizia a todas as suas amantes que ijusticava depois de as conhecer carnalmente, que um dia conheceu uma mulher tao complexa e inventiva quanto ele ...

Uma mulher a altura;) ...

Ai perdeu o medo de conhecer uma mulher na sua inteireza e deixou de viver so de ideais que nunca correspondiam a "realidade" e deixavam um sabor equivcado a desilusao quando a "realidade" era bastante mais rica, sedutora e apaixonante;) ...

Ha que viver e amar pelanmente, com todos os sentidos e todas as faculdades espirituais:)!

Anónimo disse...

Caro Anónimo,

Quanto a mim ...

Todo o mundo há-de saber e
Ninguém vai entender... ...